Este é um post cultural do qual alguns aqui irão se deparar com informações e curiosidades da quais não sabiam sobre a história e a música do Brasil.
Para começar farei uma breve introdução sobre a ditadura no Brasil: Ela começou em 64 e terminou em 85. (21 anos de ditadura)
E esta época obscura e misteriosa na história do Brasil não pode ser esquecida, não só pela cultura e histórias marcantes, mas pelo fato de que os militares podem sim tomar o poder de novo, até porquê quem tem arma no país são os militares, e ninguém pode fazer nada contra um golpe armado.
Aqui está uma seleção de algumas das grandes músicas e suas devidas interpretações:
Acorda amor
(Chico Burque - 1974)
Após as canções "Cálice" e "Apesar de Você" terem sido censuradas pela ditadura, Chico achou que seria mais difícil conseguir aprovar alguma música pelos agentes da censura. Escreveu então "Acorda Amor" com o pseudônimo de Julinho de Adelaide para driblar a censura. Como ele esperava, a música passou. Julinho ainda escreveria mais 2 músicas antes de uma reportagem especial do Jornal do Brasil sobre censura, que denunciou o personagem de Chico. Após esta revelação, os censores passaram a exigir que as músicas enviadas para aprovação deveriam ser acompanhadas de documentos dos compositores.
"Acorda Amor" é um retrato fiel dos fatos ocorridos no período que teve seu ápice entre 68(logo após o decreto do AI-05) e 76 quando, teoricamente, a tortura já não era mais praticada pelos militares. Diversas pessoas sumiram durante este período após terem sido arrancadas de suas casas a qualquer hora do dia ou da noite, e levadas para DOPS e DOI-CODI's (unidades militares) espalhados pelo Brasil. A falta de confiança era tão grande que as pessoas tinham mais medo dos policiais(que sequestravam, torturavam, matavam e, muitas vezes sumiam com os corpos) do que ladrões. A ironia do compositor é tão grande que, quando os agentes da repressão chegam a casa chamam-se os ladrões para que sejam socorridos.
Apenas um Rapaz Latino Americano
(Belchior - 1976)
Escrita em 76, a canção de Belchior caracteriza o Brasil da época de forma irônica. "Aenas um rapaz latino americano" é um protesto contra a repressão que censurava os artistas e, principalmente músicos da época. Versos como "Por favor não saque a arma no saloon eu sou apenas um cantor/ Mas se depois de cantar você ainda quiser me atirar/ Mate-me logo, à tarde, às três, que à noite tenho um compromisso / E não posso faltar por causa de você" seriam quase como uma pergunta: O que vocês tanto têm a temer que não podem nem deixar que nós, que somos somente músicos, digamos e cantemos o que pensamos?
Apesar De Você
(Chico Buarque - 1970)
No mesmo ano em que a seleção brasileira conquistou o tricampeonato mundial, as torturas e desaparecimentos de pessoas contrárias ao regime do general Médici eram constantes. Chico Buarque fez a letra dirigida exatamente à Médici, e enviou aos censores certo de que não passaria. Passou e foi gravada. O compacto atingia a marca de 100 mil quando um jornal insinuou que a música era uma homenagem ao presidente. A gravadora foi invadida e todas as cópias destruídas. Chico foi chamado a um interrogatório para prestar informações e esclarecer quem era o "você" mencionado na música. "É uma mulher muito mandona e autoritária", respondeu. A canção só seria regravada em 78 num algum que leva o nome do autor da música.
Panis Et Circenses
(Caetano Veloso / Gilberto Gil - 1968)
Os Mutantes
Panis et Circenses vem do latim que significa: "política do pão e circo", ou seja, a música denuncia, uma crítica do que o governo fazia com a população: entretenimento (futebol) e comida. Pra que se preocupar com mais? "Mas as pessoas da sala de jantar / São ocupadas em nascer e morrer" uma crítica à estas pessoas. Uma sociedade que fechava os olhos e aceitava o pão e circo que o governo usava como "cala-boca" e se preocupavam com os próprios problemas e esqueciam de se preocupar também com seu país e a sociedade.
O Bêbado e a Equilibrista
(João Bosco / Aldir Blanc - 1979)
Elis Regina
Composta em 1979, tornou-se um símbolo da luta pela anistia. Pela volta dos exilados e pela abertura política do regime militar. Carlitos, personagem mais famoso de Chaplin, representa a população oprimida, mas que ainda consegue manter o bom humor, denunciava as injustiças sociais de forma inteligente e engraçada.
Henrique de Sousa Filho, conhecido como Henfil, foi um cartunista, quadrinista, jornalista e escritor brasileiro. Seu irmão, Herbert José de Sousa, conhecido como Betinho, foi um sociólogo e ativista dos direitos humanos brasileiro. Com o golpe militar, em 86, mobilizou-se contra a ditadura, sem nunca esquecer as causas sociais. Mas, com o aumento da repressão, viu-se obrigado a se exilar no Chile em 71.
Essas são umas das grandes músicas que ainda são lembradas da época da ditadura. Espero que já tenham ouvido pelo menos algum momento da vida!
Fonte: Internet.
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